A Gaivota Farragulha

    sexta-feira, junho 27, 2008

    Obrigado!!

    Obrigado a todos os amigos por impedirem que os meus aniversarios sejam tao animados como o deste pobre senhor...Ah, e parabens a mim que hoje faco 25!

    terça-feira, junho 24, 2008

    Paragem obrigatoria em Nova Iorque

    Dos varios locais que visitei durante a minha recente estadia em Nova Iorque, destaco e recomendo uma visita ao restaurante Katz, em Houston Street. Aberto em 1888 por uma familia judia oriunda da Russia, o Katz Delicatessen permanece ainda hoje O ponto de encontro para os nova iorquinos a procura de uma cerveja fresquinha, da verdadeira 'pastrami sandwich' e de dois dedos de conversa sobre o jogo do dia - no fundo, o equivalente Nova Iorquino das cervejarias portuenses e das francesinhas. Aqui, mais do que em lado algum na apinhada ilha de Manhattan, sente-se ainda o desembarcar dos emigrantes apos a travessia do atlantico, o espirito rijo e trabalhador dessa gente ambiciosa e a fusao de culturas que sucedeu neste admiravel mundo novo. Nas paredes, fotografias de figuras publicas no restaurante, desde o Jimmy Carter, ao Old Blue Eyes, ao Mayor Giuliani, ao Martin Scorcese, intercalam televisoes, bandeiras e mensagens familiares, entre as quais encontramos "Send a Salami to Your Boy In Iraq." Foi tambem aqui que Meg Ryan explicou a Billy Crystal como as mulheres poderiam fingir um orgasmo no filme 'When Harry Met Sally.' O sinal la esta, por cima de uma mesa a meio da sala, convidando-nos a provar o mesmo que Sally. Outro local com esta fama e historia perderia certamente a sua graca num apice, mas o Katz, tal como as cervejarias portuenses, nao tem maior pertensao do que servir bem os seus clientes e por isso continua vivo. A nao perder.

    Se quiserem descobrir mais sobre o Katz, aqui fica o link e um artigo do New York Times do qual retirei esta fotografia:
    http://www.katzdeli.com/

    http://www.nytimes.com/2007/05/30/dining/reviews/30rest.html

    domingo, junho 22, 2008

    Nova Iorque - Terra de Contrastes

    5ª Avenida vs Lower East Side



    Central Park vs 7ª avenida


    Wall Street vs Autocolante em East Village



    Na mesma rua em East Village

    5ª Avenida vs Union Square

    domingo, junho 15, 2008

    Welcome to America!

    A chegada a Nova Iorque...36 graus...
    Home sweet home...


    MIT


    Frank O'Gehry @ MIT
    Charles River e Boston Skyline

    Muito orgulhosos das nossas bicicletas em 2a mão:


    Reconhecem este lugar? Where everybody knows your name...

    Downtown Boston:
    Gay Parade - não percebo a associação com os Huskies...?

    Casamento Americano:

    sexta-feira, junho 13, 2008

    Fighting Fire With Fire


    Mais uma prova de que os organizadores da campanha de Barack Obama estão a revolucionar o modo de fazer política nos dias de hoje. Após diversos ataques infundados contra o Senador do Illinois, os críticos decidiram fazer alvo contra a sua mulher, Michelle Obama, figura importante da campanha. Assim, esta semana, foi lançado na cyberesfera o rumor de que Michelle terá usado a palavra 'Whitey' ('branquelas') numa palestra pública. Em vez de vir a público negar a acusação, o Senador Obama lançou um novo website 'Fight the Smears' onde se propõe a provar a falsidade destas denunciações. Visitem-no, vale a pena. Quanto mais não seja, para dar uma boa gargalhada por todas as histórias que já se inventaram sobre o homem (e agora sobre a sua mulher).

    quinta-feira, junho 12, 2008

    Uma paragem nas Ilhas da Morabeza

    No início, não existia nada. Nem água, nem gente, nem cães, nem vacas, nem porcos, nem galinhas, nem esporádicos postes de electricidade, nem ambíguas construções de pedra, nem improvisados campos de futebol, nem sequer esta estrada de pedra que serpenteia por montanhas e vales estéreis como a superfície lunar. A ilha era deserta. Depois vieram os homens (entenda-se os portugueses), trouxeram outros homens (entenda-se escravos africanos), criaram pequenas cidades portuárias, ergueram alvas igrejas, cultivaram a terra com a escassa água da rara chuva, beberam muita aguardente para aguentar o calor, dormiram uns com os outros para se distrair, geraram uma nova raça, partiram e ficaram, fizeram música boa e viram os dias, não, os anos, passar. Finalmente, há mais de meio século atrás, um homem branco e velho de lá longe, traçou a ilha num mapa com uma estrada tão portuguesa quanto estranha a este lugar, proclamando-a viagem derradeira dos insubordinados do regime antes do desterro no Tarrafal. É aqui que eu sigo.

    De súbito, o carro encosta à direita e pára. Vamos comer. Um bar a meio do caminho, uma casa de pedra pardacenta, uma cabrita de sorriso triste apresentando duas amálgamas: numa tem torresmos, especialidade frita da terra; e noutra desvenda tranches de carne de porco assada. O calor não convida ao repasto. Dois miúdos, demasiado tímidos para se acercarem de nós, debruçam-se sobre o parapeito incompleto do bar, seus olhos descobrindo os botões das nossas camisas, os atacadores dos nossos sapatos, a peculiar fórmula linguística desta gente que desembarca. Aproximo-me para perguntar de que clubes são mas não me respondem. Ainda não falam português, língua que só aprenderão na escola, ou talvez nunca. Por agora falam crioulo mas também a linguagem perceptiva de quem deseja comunicar. O Futebol Clube do Porto não lhes arranca reacção e o Cristiano Ronaldo muito menos, mas lá chegamos à conclusão que gostam mesmo é de jogar Basquete! Prontamente, predispõem-se a mostrar-me essa bola e eu quero, preciso mesmo e pergunto, onde se pode urinar. Casa de banho, não existe. Apontam-me um monte de terra, ali, ali, em frente, de costas para os convivas do bar e de frente para a estrada. Foi ali mesmo.

    No caminho de regresso, venho acossado pelo sol e derivo obliquamente até ao bar, caminhando ingenuamente ao encontro de duas fatalidades: comida e álcool. A Super Bock é quase fresca e prestar-se-ia a refresco não fosse antecedida por outras três nessa manhã. O problema da cerveja, isto depois de escapar ao furor cálido do poderoso ‘Grog’ – a aguardente cabo-verdiana - não reside no acto de ingerir, mas sim em sustentá-la na cabeça e não no cérebro, que é tanto mais difícil aos Europeus, povo habituado a correlacionar todos os aspectos da vida com a esponja encefálica. Em Cabo Verde, ao contrário do que se passa na Europa, onde os alcoólatras têm os seus altos e baixos, as bebedeiras prolongam-se durante o dia inteiro, são constantes, discretas, vulgares e não representam obstáculo à actividade humana, desde da condução ao fazer bebés.


    No que a mim me diz respeito, a estadia no bar poderia ter ficado por aí mesmo, pela Super Bock fresquinha. Porém, esperava-me também as ditas tranches de porco assado, escondidas por baixo de um testo na berma da estrada. O primeiro contacto com a dita carne, mais propriamente com um naco escolhido pela rapariga de olhos grandes, chegou quente e húmido, como se o porco estivesse ainda vivo e transpirasse através do guardanapo de papel para as minhas mãos. Um primeiro exame demonstrava que a pele do bicho era rija e tostada, mas sobretudo pegajosa, roubando-me o papel e os dedos a cada reviravolta. Na boca, a carne era terna e tão gordurosa quanto repulsiva, característica que apenas era entrecortada pelo sabor intenso a uma especiaria picante, algures entre o caril indiano e o ‘jerk’ jamaicano. Um daqueles sabores que fica connosco muito para além da refeição e reside nas prateleiras da memória como um troféu de vida. Comia-se portanto sem equacionar, dentada a dentada alagada a goles de Super Bock, rapidamente e em força até chegar junto ao osso para poder fingir que se apreciou muito. Para sobremesa, escolhi o regaço de outra Super Bock fresquinha que serviu exemplarmente dois fins: limpar os beiços e tranquilizar o palato.



    Só então pude regressar de novo ao universo que me rodeava, da chegada do Presidente do MpD ao bar, aos truques de basquete dos miúdos à minha volta, à rapariga dos olhos grandes e sorriso triste ali sentada. Num instante, o bar encheu-se cheio de som e energia como se os presentes desafiassem a languidez natural da hora do dia. Dir-se-ia que ao primeiro acorde, o povo faria a festa mesmo ali. Na náusea provocada pela fusão do álcool com o calor picante da carne, e de ambos com o ardor da temperatura ambiente, também eu me julguei mais perto daquela gente e quase disposto a esquecer o mundo para além das praias e falésias da ilha de Santiago. No entanto, um comício atrasado esperava-nos e tão depressa quanto chegamos, nos despedimos e partimos pela estrada fora. Em silêncio, não fosse o porco dar sinal de si.

    quarta-feira, junho 04, 2008

    Biografia Política de Hillary Clinton

    Hillary Rodham Clinton, nascida Hillary Diane Rodham, (Chicago, 26 de Outubro de 1947) é a 44º presidente dos Estados Unidos da América, tendo sucedido ao presidente George W. Bush em 2009 e assim tornando-se na primeira mulher presidente do país. Clinton foi Senadora do Estado de Nova Iorque entre 2001 e 2008, sendo a Senadora mais jovem da história. É casada com o 42º presidente dos Estados Unidos da América, William Jefferson Clinton, mais conhecido como Bill Clinton.

    Candidata à presidência dos EUA na eleição de 2008, foi também a primeira candidata feminina da história do país à presidência. Após uma concorrida campanha nas primárias, Hillary perdeu a nomeação para candidata presidencial do Partido Democrata para o senador Barack Hussein Obama, por apenas 1923 contra 2156 votos. Hillary teve ainda um último dissabor quando Obama recusou o seu nome para sua companheira eleitoral como Vice-Presidente. No entanto, impulsionada por um maior número de votos populares e por vitórias nos importantes estados da Califórnia, Florida, Texas, Arkansas, New México e New Jersey, Hillary decide avançar como candidata independente para a presidência dos EUA.

    A campanha eleitoral de 2008 ficou marcada sobretudo pelo ineditismo dos perfis dos candidatos, nomeadamente pelo facto do candidato do Partido Republicano, John McCain, contar 71 anos, sendo por isso o mais velho candidato de sempre a entrar numa primeira volta das eleições presidenciais norte-americanas; do candidato do Partido Democrata ser Barack Obama, um jovem Senador negro de 47 anos, o primeiro homem não-branco a conseguir a nomeação para a candidatura de um dos principais partidos norte-americanos; e o facto de Hillary Clinton ser não só a primeira mulher a concorrer às eleições presidenciais, mas também mulher a primeira ex-primeira dama a concorrer.

    Divididos entre uma enorme apreensão quanto à saúde de McCain e à alegada inexperiência de Obama, o eleitorado americano acabou por encontrar em Hillary um compromisso intermediário. Ao longo da sua campanha, Hillary apresentou-se como uma candidata corajosa, determinada e bem posicionada para abordar as preocupações primordiais da população norte-americana: a Guerra do Iraque; a Crise Económica e suas consequências sociais; a Crise Energética e a dependência da economia norte-americana de petróleo estrangeiro.

    No final, Hillary acabou por bater os seus dois rivais por uma margem de apenas 3 votos do colégio eleitoral, uma margem ainda mais pequena do que aquela que deu a presidência a George W. Bush em 2001. O resultado foi definido por uma maioria de apenas centenas de votos populares em Puerto Rico, onde a candidata contou com o apoio de Jennifer Lopez e Ricky Martin, e até a validade de votos foi centro de disputas judiciais, visto as votações no território autónomo não possuíram valor eleitoral nos EUA. Deste modo, Hillary coleccionou mais alguns recordes para as disputadas eleições presidenciais de 2008: a Presidente foi eleita pela margem de votos no colégio eleitoral mais reduzida de sempre; a candidata eleita concorreu pela primeira vez como independente; e pela primeira vez na história da humanidade, Puerto Rico teve alguma relevância para além da salsa e do merengue.