É uma história que poderia servir de guião à sequela ao filme 'O Fiel Jardineiro'. Esta semana, antecipando o início do julgamento em Nova Iorque, a Shell, gigante holandês do sector petrolífero, concordou pagar 15.5 milhões de dólares às famílias de nove activistas nigerianos mortos nos anos 90. O acordo marca o final de uma campanha pessoal de Ken Wiwa Jr., filho de Ken Saro-Wiwa, autor e líder do Movimento pela Sobrevivência do Povo Ogoni (MOSOP), enforcado em 1995 pela ditadura militar nigeriana do General Sani Abacha.
A história remonta a 1958, quando a Shell começou a explorar as reservas de petróleo na terra ancestral do povo Ogoni, a província de Ogoniland, no sul da Nigéria. No início do anos 90, Saro-Wiwa lançou e liderou o MOSOP, um movimento não-violento do povo Ogoni contra a acentuada degradação do meio ambiente, nomeadamente o despojamento de lixos tóxicos na terra e rios da região, provocada pela actividade da Shell. Em 1994, após o assassínio de quatro líderes tribais Ogoni favoráveis à presença da petrolífera na região, Saro-Wiwa e outros oito activistas foram presos e condenados à morte por um tribunal militar. Porém, no dia em que os crimes decorreram, as autoridades nigerianas não tinham permitido a entrada de Saro-Wiwa na província. As execuções geraram repúdio internacional contra o regime e a Shell foi acusada de fornecer veículos militares, barcos de patrulha e munições que foram usadas pelo exército nigeriano contra o povo Ogoni.
A Shell negou sempre o seu envolvimento na execução de Saro-Wiwa, porém o acordo alcançado esta semana demonstra alguma reticência em submeter-se ao exame jurídico. No seu website, a companhia tenta 'salvar a face' ao afirmar que o acordo corresponde a um gesto humanitário a favor do povo Ogoni, uma vez que, parte do dinheiro (5 milhões), destinar-se-á à criação de um fundo para o desenvolvimento da região. Por sua vez, activistas dos direitos humanos no mundo inteiro celebraram este acordo como um passo importante na concretização da igualdade perante a lei e na implementação da responsabilidade social e ambiental de multinacionais.
A história remonta a 1958, quando a Shell começou a explorar as reservas de petróleo na terra ancestral do povo Ogoni, a província de Ogoniland, no sul da Nigéria. No início do anos 90, Saro-Wiwa lançou e liderou o MOSOP, um movimento não-violento do povo Ogoni contra a acentuada degradação do meio ambiente, nomeadamente o despojamento de lixos tóxicos na terra e rios da região, provocada pela actividade da Shell. Em 1994, após o assassínio de quatro líderes tribais Ogoni favoráveis à presença da petrolífera na região, Saro-Wiwa e outros oito activistas foram presos e condenados à morte por um tribunal militar. Porém, no dia em que os crimes decorreram, as autoridades nigerianas não tinham permitido a entrada de Saro-Wiwa na província. As execuções geraram repúdio internacional contra o regime e a Shell foi acusada de fornecer veículos militares, barcos de patrulha e munições que foram usadas pelo exército nigeriano contra o povo Ogoni.
A Shell negou sempre o seu envolvimento na execução de Saro-Wiwa, porém o acordo alcançado esta semana demonstra alguma reticência em submeter-se ao exame jurídico. No seu website, a companhia tenta 'salvar a face' ao afirmar que o acordo corresponde a um gesto humanitário a favor do povo Ogoni, uma vez que, parte do dinheiro (5 milhões), destinar-se-á à criação de um fundo para o desenvolvimento da região. Por sua vez, activistas dos direitos humanos no mundo inteiro celebraram este acordo como um passo importante na concretização da igualdade perante a lei e na implementação da responsabilidade social e ambiental de multinacionais.
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